Sobre

Olá, pessoal.

O ensino de redação tem feito parte da minha história já há bastante tempo. Essa relação com os textos se iniciou em 2004, durante minha formação em Letras, quando eu ainda era estagiária em uma escola pública em Assis, SP. Lá, uma amiga e eu preparávamos alunas e alunos para as provas do ENEM e do vestibular da UNESP, por meio de um curso livre de redação, e essa experiência me encantou profundamente. Não apenas nas aulas de produção como também nas leituras e correções dos textos dessas/es estudantes, adentrávamos em seu mundo de ideias. Motivar e estimular o processo de criação de textos era, para nós, um momento de descobertas incríveis que me conduziram à escolha de me qualificar como professora de produção textual.

De lá para cá, tive outras tantas vivências significativas com o ensino de redação – em colégios públicos e privados, cursinhos pré-vestibulares, aulas particulares, bancas corretoras – e, por mais que seja um trabalho grande e muitas vezes cansativo (minhas colegas e meus colegas de profissão podem facilmente concordar com isso), o universo da criação de textos continua sendo fascinante para mim. A partir dele, posso observar como cada uma/um começa sua trajetória na escrita: primeiramente, percebendo problemas em seu entorno; em seguida, refletindo criticamente sobre eles. 

Por se tratar de um processo de reflexão intenso sobre variados temas, que tocam em questões políticas, sociais, culturais do nosso país e do mundo, essas/esses estudantes, nas aulas de redação, são provocadas/os ao aprimoramento de seu modo de pesquisar e de discutir. Durante os exercícios de escrita, amadurece-se de maneira singular na formulação do seu próprio pensamento, na movimentação de seu repertório de mundo para justificar sua visão crítica, na escolha de estratégias argumentativas, e entende-se de modo mais profundo seu lugar no mundo. A partir dessas descobertas, compreende-se como a reflexão pode gerar um ser cidadão mais consciente, respeitoso, empático e responsável. Participar dessa trajetória é muito gratificante, pois vejo que, após cada texto, a formulação de ideias se aprimora; a condução dos pensamentos às linhas se torna mais organizada; e, muitas vezes, essa experiência ultrapassa os limites da folha de papel.

Além de envolver o exercício crítico, a escrita contempla outros conhecimentos: os diferentes gêneros textuais, as variantes da língua portuguesa, a composição de frases e parágrafos, os aspectos relacionados à gramática. A escrita, portanto, não surge da mera inspiração, mas de um grande movimento de esforços que envolvem o trabalho linguístico, o universo de repertório, a capacidade de posicionar-se e de manter-se firme em uma defesa de ideias. 

Foi pensando em compartilhar todos esses anos de vivência como professora e em atingir pessoas que se encontram fisicamente distantes de mim que decidi iniciar um novo projeto: Linhas Minhas. Essa iniciativa propõe um olhar mais cuidadoso para todo o processo da composição textual, e oferece a oportunidade de promover o aprimoramento e a autonomia nas práticas de escrita.

Para tanto, neste blog, tratarei de muitos aspectos do universo textual, desde a composição formal até a expressão do pensamento crítico. Além disso, vocês podem encontrar aqui também conteúdos específicos sobre as principais provas de redação do país, como a do ENEM e a de vestibulares. Espero que as práticas de vocês sejam prazerosas e que encontrem, a partir delas, o seu próprio estilo em suas linhas.

Ariadne Machado